Thursday, February 01, 2007

Arquitectura algorítmica e sistemas colaborativos
Sergio Moreno aka chaser / Abril 2006


url:http://observatorio.fadaiat.net/tiki-index.php?page=Arquitectura+algorítmica+y+sistemas+colaborativos

Tradução: Rodrigo Neto

Meio e mainstream

numa primeira observação ás transformações do mundo contemporâneo observamos uma inevitável tendência, em virtude da qual todas as actividades da vida humana são trasladadas ao campo de operações da infoeconomia, em que encontramos um enxame de maquinas, mentes trabalhadoras, redes e infocapital, organizados à volta de uma miríade de microprocessos.

Partindo deste novo paradigma das redes de informação,têm vindo a construir-se desde, o ponto de vista do poder, o que poderíamos chamar um novo espaço subjectivo, um constructo efémero de bits e átomos; de informação e desejo orgânico controlado: uma meta-realidade vibrante, e maioritariamente submissa.

No mundo conectado, os loops retroactivos da teoria geral de sistemas fundem-se com a lógica dinâmica da biogenética numa visão pós-humana da produção digital. A mente e carne humana poderão integrar-se no circuito digital graças aos interfaces de aceleração e simplificação.
Nasce assim um modelo de produção bioinfo que produz artefactos semióticos com a capacidade de auto-replicação dos sistemas vivos segundo as leis de funcionamento económico do capitalismo. (+1)

Como primeira hipótese pensa-se aqui a existência de um novo meio em que se desenvolveria a comunicação, produção e transformação de informação, desejos e entorno, que constaria de uma serie de elementos primeiros fortemente relacionados, que mostramos aqui em forma de sequência cíclica:

. Desejos--> transformação neural - mecânica
. Interfaces--> transformação mecânico-electrónica
. Impulsos electromagnéticos--> veículos electromagnéticos
. Demoduladores--> transformação de ondas em dados
. Aplicações( programas)--> transformação de dados
. Base de dados--> armazenamento de dados
. Redes digitais--> transformação da localização de dados
. Reguladores espaço/tempo--> controlo da localização da informação
. Conversores hertzianos--> conversão de dados a ondas(luz/som)
. Matéria--> suporte reflexo de luz e som/ fluxos naturais
. Sentidos--> percepção meio material
. Biochips --> processadores da percepção
. Neurónios --> consciência

Estes elementos essenciais poderiam ser classificados em três grandes categorias: códigos, circuitos de transformação e suportes; e poderíamos reconhece-los como a base de uma nova gramática global.

Para o Mainstream esta gramática surge como uma fonte inesgotável de produção, ainda que o uso que habitualmente se faz dela é hierarquizado, fechado e unidireccional.

Perante a construção de compartimentos estanques desenvolve uma linguagem rígida que parece não ter outro objectivo que o de provocar um estímulo neural unívoco no agente passivo que actua no extremo de qualquer processo combinado: o indivíduo
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Multiplicidade e algoritmos


Como sempre, este vector imparável da história faz-se acompanhar de uma serie de campos de força residuais e minoritários, que depois de desvelar o novo meio objectivo, vêm a desenvolver propostas (1 n.t.) sobre o mesmo, subvertendo os mecanismos de transformação e a própria ideia do agente e objectivo único.

Por um lado, diversas experiências indivíduo-maquina experimentam, faz algum tempo,neste novo meio natural, dotando-o de novas ferramentas de organização e produção, permitindo aos indivíduos situar-se em qualquer ponto intermédio do fluxo para passar a desempenhar um papel mais activo.

Por outro, vemos como surge uma nova multiplicidade em que os indivíduos activos e passivos operam sobre os elementos numa relação aberta, dinâmica y não hierarquizada, desenhando um cenário de infinitas linhas de processos que se entre-cruzam gerando uma geometria variável confortadora de novos espaços de comunicação multidireccional não dirigida.

O cibionte, o ser humano simbiótico do futuro, fruto do biólogo Joël de Rosnay, director da prospectiva de La Villete de Paris, parece-nos uma metáfora adequada para expressar algumas destas novas relações entre o ser humano e as maquinas de macro escala, incluídas dentro do fenómeno global de auto-organização planetária: o super-organismo constituído pelas redes de comunicação.
No novo espaço das redes, o homo nooferensis, o cibionte, é capaz de aproveitar a sinergia de textos, imagens, dados... para ser receptor y gerador de informação enquanto indivíduo, y para gerar socialmente um feed-back de participação horizontal desconhecido na história . (+2)

Como resultado, aparece um novo território, fértil para um corpo social horizontalmente organizado, que tem como referente a validade dos sistemas dinâmicos auto-regulados mais recentes, erguidos como novos paradigmas da ciência.

Aplicados ao nosso caso, este sistema territorial teria como matriz principal a inteligência colectiva, e como catalisadores um amplo repertório de entidades digitais e físicas. sendo a múltipla e reiterada acção dos agentes a que produz a diversidade, em contraposição aos sistemas digeridos nos quais a diversidade se confecciona à priori, para logo a seguir ser recebida intacta pelo elemento final da cadeia de processos.

No nosso trabalho referimo-nos aos algoritmos territoriais para designar este tipo de múltiplas sequências de acções individuais interactivas e complexas que, actuando sobre os elementos e respeitando um repertório mínimo de regras básicas, têm a virtude de transformar o espaço, o modo de habitar e a comunicação per si.

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Cooperação


Na comunicação colectiva residem os códigos da comunicação, os direitos de cidadania em constante renovação e uma criatividade palpitante, que ecoa e que se sustêm pelos laços que estabelece a múltipla cooperação, que é subjacente aos algoritmos territoriais.

O território processual dos fluxos de informação permite a cada indivíduo emissor/criador situar-se em qualquer ponto intersticial provocando, numa primeira instancia, uma transformação imediata do seu entorno, que inicia, por sua vez uma viagem algorítmica de infinitas ressonâncias que, por contacto pessoal exponencial termina por transformar o entorno global.
Em cada contacto é produzido um lapso em que a informação ou a experiência, antes de voltar a ser transmitida, ou conserva o seu estado original ou sofre uma mutação ou adaptação.

Sobre o território dos fluxos da informação circunda a relação espaço/tempo


Este jogo de transformações constitui o palpitar de uma maneira de sentir atemporal, em que se contrapõem os conceitos de passado e de futuro, os de reciclagem e de colapso. Assim, enquanto a reciclagem seria uma atomização ultima de qualquer acção ou informação, o colapso seria uma singularidade nos processos. Uma meta-transformação, um coktail de informação dispersa que se condensa em novas ideias, que transforma o espaço, gerando mais um grau de entropia, um novo campo de complexidade e liberdade.

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Território


Neste magma de mentes, matéria, informação, ideias, processos e lugares entrevê-se três escalas de abstracção de território: paisagem, espaço publico, y cidade global.

A paisagem seria, por um lado, a infra-estrutura básica do território e, por outro lado, a informação global em estado bruto. A natureza que contemplamos e sobre a qual reflectimos. Nesta paisagem veríamos como as redes culturais, sociais, produtivas e tecnológicas alimentam a paisagem da informação de forma permanente.

Os espaços públicos viriam a ser aqueles em que um mínimo grau de tratamento de informação transformaria a paisagem num lugar de encontro, trabalho e expressão fruto de uma relação intencional entre indivíduos e máquinas.
Nos espaços públicos seria produzidos os processos complexos de transformação e expressão da vida quotidiana.

Em ultimo estaria a cidade global, alem, onde se condensa o conhecimento colectivo e se toma consciência do território. É a cidade em permanente colapso, o espaço de comunicação livre e global.
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Código

Segundo entendemos, os algoritmos territoriais activados pelas multidões nos distintos níveis de abstracção do território funcionariam com códigos de comunicação e produção livres e abertos, cujas qualidades residem na virtude de serem acessíveis para qualquer um, de se encontrarem em permanente reformulação, de respeitar a diversidade e proteger o seu uso e modificação.

No campo da informática surge o Open source software e o free software para designar ao código que apresenta estas características.
Desde qualquer máquina é possível aceder a este código, modificá-lo, ampliá-lo, variá-lo e redistribui-lo. Encontra-se em constante evolução, testes e aperfeiçoamento através das múltiplas contribuições de cada programador ou usuário.

O software que abre o seu código e evolui mediante este sistema de contribuição é sempre o que mais se ajusta ás necessidades e o de maior consenso. O O.S.S./F.S. colapsa de tempo a tempo, produzindo uma versão mais estável do seu código.

Queremos aqui comentar algumas das suas características e a relação intima que o O.S.S./F.S. tem com a arquitectura do território de fluxos:

-Gera-se mediante algoritmos: cada emissor-receptor opera certas funções. Após certos lapsos de transformação produz-se um colapso e surge uma versão estável.
-Auto-suficiente: a sua relação com o entorno decide-se no momento do seu uso. Nesse instante volta a sofrer novas modificações adaptativas.
-Portátil: funciona em qualquer plataforma. O trabalho de colaboração donde nasce um caracter universal.
-Há um coordenador de projecto que substitui as tarefas de chefia pelas de organização dos múltiplos agentes que intervêm no processo
-Encontra-se em constante mutação e, simultaneamente, acabada: existem sempre uma ou várias versões estáveis e uma ou várias em processo.
-É optimizada constantemente: a natureza da ferramenta impede caudais degenerativos. Ou avança ou, se estanca, é então reciclado.
-transportável: descarrega-se e instala-se facilmente; o respectivo manual de utilização é implícito.
Desmontável: a virtude dos sistemas algorítmicos é que se podem fazer e desfazer. Os caminhos de ida e de volta tornam-se transparentes.
-Económica: Não está sujeita ao fluxo do mercado, mas sim a um forte equilíbrio entre intencionalidade e recurso.
-digital-material: a sua relação com o entorno realiza-se mediante redes digitais-físicas. Alem, onde nasce.
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Interface

Seguindo este caminho de imersão no território, queremos destacar o papel que desempenham os interfaces como peças chaves do meio nesta nova concepção de território.
Poderíamos dizer que os elementos do meio físico e digital convergem nos diferentes interfaces. Estes actuam como mediadores entres as duas realidades e encontram-se implicados fundamentalmente implicados em dois fenómenos: a conversão digital-herteziana, e a conversão neural-mecânica.

Os interfaces permitem-nos uma comunicação interactiva em tempo real, através do mundo digital, com uma multiplicidade de indivíduos. No entanto actuam como janelas de conexão permanente entre a mente e a globalidade, entre o espaço local e o espaço global, entre bits e átomos. Por isso entendemos que estes dispositivos não são só meras ferramentas da comunicação digital, são os próprios mecanismos que articulam o território.

De um espaço a outro e através dos interfaces, os distintos códigos adquirem certa universalidade já que devem ser capaz de sofrer múltiplas conversões numa infinidade de situações, escalas e de lugares sem perder a virtude.

sobre o landscape ou paisagem de informação virada pela cooperação mediática crescem estes mecanismos que permitem visualizá-lo , articulá-lo, transformá-lo e igualá-lo com a natureza física, conseguindo-se que o híbrido territorial entre a realidade física e a digital estejam infinitamente conectadas

Não sou o homem vitruviano, inscrito num único circulo perfeito, do qual olho o mundo com uma perspectiva pessoal, que por sua vez proporciona a medida de todo as as coisas . Também não sou o ente fenomológico, autónomo, auto-suficiente e encarnado biologicamente, que encontra, objectiva e responde ao seu meio imediato. O novo Eu, constrói e é construído num processo recorrente que implica continuamente os seus limites fluidos e premiáveis e as suas redes inacabáveis de extensões. sou um ciborg espacialmente estendido. <3>
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Arquitecturas ligeiras

Desde o nosso ponto de vista, o desenvolvimento e uso do free software por redes de comunidades de colaboração constituirá uma nova forma de criação de território já que elaboraria os seus elementos básicos, o fluxo de informação que flui por si mesmo, a estrutura organizativa que o sustêm e a sequência algorítmica recombinante do espaço de comunicação.

Poderíamos chamar-lhe a esta uma arquitectura ligeira, pelo seu caracter eminentemente digital e porque se desenvolve relativamente desligada dos processos de comunicação imediata e da relação com o meio físico.
Nesta arquitectura seriam produzidos feedbacks ou circuitos de retro-alimentação de baixa latência de onde a relação que predomina é a relação entre o singular e o global: indivíduos <-> interface <-> aplicações <-> redes <-> www <-> base_de_dados

Destas arquitecturas haveria de se destacar o uso e desenvolvimento de ferramentas, de colaboração e textuais, geradoras de espaços colectivos de trabalho, análise, estudo e criação.
Entre elas encontramos a Wikipédia, a enciclopédia livre que cresce na rede em dezenas de idiomas e é escrita de forma colaborativa por voluntários, permitindo que a grande maioria dos artigos sejam modificados por qualquer pessoa com acesso a um terminal ligado á Rede. <4>
Nesta categoria também se poderia referir p projecto sourceforge, um "site" que hospeda gratuitamente mais de 100.000 projectos de software de código aberto, oferecendo aos programadores e usuários uma grande variedade de serviços para o desenvolvimento dos projecto de software.
Por último, o fenómeno da blogosfera que é o termo no qual se agrupa a totalidade de weblogs, ou publicações pessoais e colectivas. Enquanto que os blogs em si só são um formato na Web, a inter-conexão entre eles é um fenómeno social: ao vê-los como um todo pode-se determinar tendências, gostos, popularidade dos "sites", objectos, produtos, música, filmes, livros, como se fossem um ente colectivo. <5>

De maneira transversal a estas e outras ferramentas surge um fenómeno relacionado com a classificação da informação que nos parece interessante destacar: As folksonomías, um esforço de colaboração em que os usuários, em lugar de classificar a informação de maneira hierárquica rotulam com etiquetas ou palavras chaves textos, imagens, vídeo e lugares, de forma que o conhecimento é obtido através da comparação entre o que classificámos e como classificámos, a as classificações de elementos ou categorias similares realizadas por membros da mesma comunidade. Os Meta-dados assim obtidos reflectem não só a natureza do classificado, como ajuda aos membros da comunidade a encontrar mais que procurar, recursos em concordância aos seu gostos de uma maneira automática.
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Arquitectura intensiva



Em segundo lugar, encontraríamos uma arquitectura mais ligada aos processos da rapidez e á troca de informação em tempo real. Nesta arquitectura o interface desempenha um papel mais intensivo e sobre o qual cai grande parte da carga: uma que nas arquitecturas ligeiras o interface é mero mediador da interactividade, neste caso o interface actua também como um suporte de representação da informação gerada e transformada em tempo real. O outro factor qualitativamente diferente está relacionado com as redes da comunicação, que nestas arquitecturas deixam de ser um meio de transporte de informação passivo para ser objecto de reivindicação, desenvolvimento e busca de alternativas como infra-estruturas livres.

Numa classificação simples seria proposto dois tipos de feedback:
Um de media latência no qual aconteceria uma relação espacial e comunicativa entre duas realidades fisicamente distantes, e outro de alta latência em que as relações aconteceriam de forma cruzada entre distintas singularidades: Indivíduo<->interface<->p2p<->redes<->p2p<->interface<->indivíduos e indivíduo<->interface<->netcasting<->redes<->netcasting<->interface<->indivíduo, respectivamente.

Entre outra coisas, o nosso trabalho centrou-se, nos últimos anos, no desenvolvimento experimental de arquitecturas de alta latência.

Nesta investigação tentámos subverter o conceito clássico do espaço da comunicação, tomando como ponto de partida as hipóteses descritas anteriormente: meio, multidões, algoritmos, colaboração, códigos livres e interface.

Para isso, para alem de usar ferramentas p2p, desenvolveu-se um sistema lógico de comunicação,al-jwarizmi uma rede infra-estrutural e humana de suporte, GISS e um portal onde se pode visualizar, em tempo real, o fluxo de dados, conexões e conteúdos, r23.cc.<7>
Um conjunto de multidões, código, peças de software, sistemas, codecs, servidores, cartografias dinâmicas, redes, etc., que nos permitiu progredir no meio das redes através de novos interfaces de maneira a destacar uma linguagem de comunicação que operasse sobre uma gramática aberta, distribuída e acessível.

Desta forma, diferentes multidões de diferentes lugares do mundo conectaram-se em tempo real mediante fluxos de texto, audio e vídeo para transmitir diversos conteúdos relacionados, entre outros, com a liberdade de movimento, os códigos livres na comunicação digital e os novos processos auto-organizativos.
Estes conteúdos foram projectados em distintos espaços físicos e digitais, para voltarem a ser digitalizados e lançados na rede.
Através deste processo recursivo e distribuído, pareceu-nos que a comunicação adquiria novas qualidades. O tempo e o espaço clássico transformavam-se em nuvens disformes transmissoras de desejos, bits e matéria, que em ultima estância conseguiam estabilizar-se para gerar um outro território: um jogo excitante ao que poderíamos chamar scratching the reality , que implicava todos os elementos num gesto de liberdade.

Para nós, esta serie de experiências têm especial valos porque tiveram a capacidade de juntar esforços de distinta natureza ao largo do ciclo de trabalho que temos vindo a desenvolver.

Desde a Pure Data Beta Rave, decorrida a janeiro de 2003 em Sevilha, até à Fadaiat: Borderline Academy, em Tarifa/ jun 05, passando entre outros por Okupa: Ciudad Disidente, em Corvera/Astúrias/ Abr. 03, Reunión03, na Rábida/Huelva/sept 03, e Fadaiat: Transacciones, em Tarifa/Jun. 04, diferentes redes sociais, tecnológicas e culturais têm trabalhado no desenvolvimento do software, na implementação de redes, na elaboração de conteúdos digitais, na criação de modelos de trabalho horizontal, na activação de meios de comunicação distribuídos,etc., conseguindo gerar a massa critica necessária para a consecução deste projecto algorítmico territorial. Um vez que as intensidades máximas foram alcançadas de maneira pontual no espaço/tempo, o vale e a meseta continuam a ser o espaço público de trabalho do dia a dia em que continua a escutar a palavra, a imagem, a voz, e os processos de conversão do espaço.

Notas:
1.- Bifo / 2003 / La Fábrica de la infelicidad
2.- Antonio de la Vega / 2002 / Cibionte / Proyecto Nous
3.- William Mitchel / 2003 / M++. The Cyborg Self and the Networked City
4.- wipipedia.org
5.- wikipedia.org
6.- EWS / 2005 / Clasificación cooperativa a través de metadatos compartidos / Publicado en
suburbia.sindominio.net
7.- Ver aljwarizmi.sourceforge.net, giss.hackitectura.net, r23.cc











notas do tradutor:
1- no original está "e sobre o mesmo", penso que se trata de uma gralha